quinta-feira, 29 de setembro de 2011

ORGANIZAR PARA SE GARANTIR

Com a sedentarização no período da história conhecido como Neolítico ou Idade da Pedra Polida, os seres humanos desenvolveram uma forma de organização que facilitava o acesso às coisas que supriam suas necessidades, como: lavoura, criação de animais e já algumas obras, tudo visando atender a coletividade. Desde então a humanidade sempre buscou uma forma de organização que garantisse o mínimo de direito, tranqüilidade e segurança. Com tudo isso, foi surgindo as primeiras cidades que na Grécia antiga denominava-se pólis. Daí vem a expressão político, ou seja, o membro da polis.
Já em 384 a.C. ainda na Grécia, Aristóteles dizia que o ser humano em sua própria natureza seria incapaz de sobreviver isolado dos outros, o que gera a necessidade  de constituir associações e o próprio Estado comum a todos.  Aristóteles  em seu estudo sobre a política humana, além de observar as cidades-estados gregas, buscou elaborar um estudo sobre uma ordem natural organizacional do homem. Nesse estudo ele sentenciou que o ser humano é um animal político por natureza.
Portanto, diante do mundo moderno onde o que impera são as relações individualistas e de ações solitárias e não solidárias, é que se faz necessário um momento de reflexão sobre a importância de voltamos a ter como objetivo a organização das pessoas em grupos que articulam um ideal de defesa de seus princípios. Mesmo que às vezes esses princípios não correspondem com a vontade do conjunto da sociedade, eles são legítimos, pois correspondem aos anseios de um grupo de indivíduos que tem a direito de constitucional de se organizar.
Nesse sentido é necessário que as pessoas tenham a consciência de que se organizando elas poderão se fortalecer para manter ou conquistar seus direitos. Tenho ajudado algumas comunidades de moradores a se organizar para lutar pelos bem estar. Além dos benefícios que temos que fazer valer, é necessário que a população passe por momentos de formação sobre cidadania, na expectativa de que tenha uma maior autonomia e independência diante do clientelismo que alguns políticos insistem em manter. Agremiações, associações, partidos políticos, APM’s (Associações de Pais e Mestres), sindicatos, ferederações ou qualquer tipo de organização que tenha por objetivo a formação da cidadania de forma autônoma da pessoa humana sempre será fundamental para a manutenção da própria democracia. Por isso, deve ser sempre valorizada e incentivada a criação e a participação dos seus membros.

Silas Fauzi: Professor e militante de movimentos sociais

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