Foi
lançada oficialmente pala Igreja Católica, aqui no Brasil, na última
quarta-feira de Cinzas, a Campanha da Fraternidade de 2013 com o tema
“Fraternidade e Juventude”. Em nível nacional, esse é o 50º tema abordado pela
Igreja que, em seu início, trabalhava com questões que dizia a respeito à vida
interna da Igreja. Porém, nos últimos 30 anos, a Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB) tem trabalhado questões sociais como forma de
contribuir com os grandes debates sobre assuntos que envolvem a vida de todos
os brasileiros. Apesar de esses temas serem lançados e amplamente divulgados e
debatidos no período da Quaresma (tempo litúrgico de quarenta dias que antecede
a Páscoa), eles são trabalhados o ano inteiro e, e em alguns casos, de forma permanente
com a criação de alguma pastoral específica sobre o que foi debatido, como é o
caso da Pastoral dos Migrantes (1980); Pastoral da Saúde (1984); Pastoral Afro
(1988); Pastoral Carcerária (1997); e tantas outras.
Esse
ano a Igreja retoma o tema da juventude que já foi debatido na Campanha da
Fraternidade de 1992. Com isso, a ideia é discutir o papel do jovem na vivência
eclesial e na construção de uma sociedade fraterna fundamentada na cultura da
vida, da justiça e da paz. Mas além de propiciar aos jovens um encontro pessoal
com Jesus Cristo a fim de contribuir para a sua vocação de discípulo
missionário e para a elaboração de seu projeto pessoal de vida, o texto base da
CF-2013 propõe para que os jovens sejam agentes transformadores da sociedade em
que vivem. Sejam protagonistas das mudanças de que tanto desejam e assumam seu
papel num mundo em que se encontra em “mudança de época”. O objetivo também é
trabalhar assuntos que diz respeito à vida quotidiana dos jovens com seus
detalhes e seus desdobramentos. Vamos discutir os impactos dessa mudança de
época em que vivemos; a substituição do papel exercido pelos pais e pela escola
pelos meios de comunicação de massa; a fragilização dos laços comunitários; a
banalização e negação da vida; o surgimento e influência da cultura midiática;
as redes sociais e o risco de o jovem querer e “necessitar” estar sempre
conectado e; principalmente, políticas públicas para a juventude.
É
preciso destacar dois pontos importantes de discussão nessa Campanha da
Fraternidade: primeiro é o da importância de se ater às questões de políticas
públicas voltadas para as juventudes, rural, indígena, urbana, trabalhadores,
com deficiência, universitários, etc. É preciso cobrar dos poderes a
responsabilidade na implementação dessas políticas nos municípios já que hoje,
em nível nacional existem vários projetos disponibilizados pelo governo federal
após a promulgação da lei que instituiu o Projovem, após a implementação do
Plano Nacional da Juventude, a realização das Conferências Nacional da
Juventude e a criação da Secretaria Nacional da Juventude e do Conselho
Nacional da Juventude. O segundo ponto importante a se destacar nessa Campanha
é o grande debate hoje realizado pela Pastoral da Juventude sobre o Extermínio
de Jovens. É preciso que sejam realizados estudos a fim de que se descubram as
causas de tanta violência envolvendo os nossos jovens que são muito mais
vítimas do que promotores de atos violentos.
Quero
então, discutir nas próximas semanas sobre esse assunto para que possamos
desmistificar algumas coisas e fazer a promoção dos direitos dos nossos jovens.
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