segunda-feira, 25 de março de 2013

FRANCISCO, RECONSTRÓI A MINHA IGREJA



Estamos vivendo mesmo um novo momento da história. Diz alguns historiadores, e eu concordo com eles, que vivemos uma transição do período histórico, passando da Idade Contemporânea para outra que ainda não sabemos qual é. No entanto, percebemos mudanças claras que os tempos são outros e o que parecia moderno e revolucionário até bem pouco tempo, hoje já se torna obsoleto tamanho os avanços tecnológicos e mudanças de comportamento das pessoas nos dias atuais.
Talvez acompanhando essa mudança que esse novo tempo exige, a Igreja Católica deu sinais de que está agindo nesse mesmo caminho, o caminho da transformação. Quando o Papa, agora emérito, Bento XVI foi eleito, em 2005, muitos especialistas (vaticanistas) diziam que ele seria um para de transição por conta da Idade avançada. Agora que começo a entender que essa transição não dizia tão somente a passagem de um papa para outro e sim dos rumos que a Igreja deveria tomar para o próximo período. E esse período chegou.
A eleição do Papa Francisco traz algumas mensagens que todo o mundo deve absorver, sobretudo o cristãos católicos. A própria renúncia do seu antecessor, coisa inédita para a Igreja nos últimos 598 anos dá o sinal de que àquela Igreja se cansou junto com o Bento XVI e que o mundo já não queria ver um papa se definhando no poder. O papa é a imagem incarnada de da missão de Cristo na Igreja e esse ardor missionário não pode se esvair junto as debilidades humanas do Sumo Pontífice. Outro sinal, é a escolha de um líder vindo de um continente emergente, que começa a ganhar projeção e respeito mundial após séculos de colonização e subserviência aos grandes centros econômicos. Tem ainda o fato de o novo Papa ter adotado o nome de um dos santos mais populares da Igreja e que tem uma imagem muito ligada à defesa do povo que ainda não tem sua dignidade plena atendida pelos poderes humanamente constituídos. Outro ponto interessante foi o discurso feito logo após sua eleição. Ele falou pela primeira vez como papa na língua italiana que, embora seja de origem latina, é considerada uma língua moderna. Isso que dizer que não somente o papa mas a Igreja que falar a língua do povo. Ela que falar para que o povo a ouça. O fato de ter voltado para seu aposento junto aos outros cardeais no mesmo ônibus, tendo abrido mão de sua limousine exclusiva, também é um sinal. É o sinal de que ele quer caminhar junto à Igreja e não à sua frente e nem à sua retaguarda. Tudo isso, e muito mais, são sinais de que tempos novos vem pela frente.
Com tudo isso então, esperamos que a Igreja de hoje, se aproxime cada vez mais do seu povo, esteja aberta às mudanças e saiba entender que a estrutura eclesial deve se aproximar definitivamente dos empobrecidos e ser sua voz no mundo. A Igreja deve usar sua voz profética para denunciar a fome, a violência e a exclusão que assolam grande parte da população mundial. A Igreja deve voltar para casa no mesmo ônibus e falar a mesma língua dos trabalhadores que lutam para garantir uma vida mais digna aos seus.
Por fim, gostaria de deixar sua própria mensagem como fonte de inspiração para esse novo momento: “E agora, vamos começar esta jornada: o bispo e o povo. É o caminho da Igreja de Roma, que preside à caridade em todas as igrejas. Um caminho de fraternidade, amor e confiança entre nós”.

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