domingo, 7 de abril de 2013

QUANTO PIOR, MELHOR... PARA QUEM?


Sempre que vou escrever um artigo procuro me ater em um tema diferente ao que está sendo veiculada quotidianamente em nossos meios de comunicação, até mesmo por que, geralmente são temas que já estão sendo amplamente debatidos e vem com uma carga de informação que me impede de ser redundante. Mas essa semana não tive como me conter ao falar sobre aquilo que todo mundo já está falando há pelo menos duas semanas que é o escândalo da saúde pública em Campo Grande, sobretudo no Hospital do Câncer, Hospital Universitário e por tabela o Hospital Regional e o posicionamento de desprezo dos vereadores da nossa capital com o assunto.
Campo Grande é uma cidade que cresceu muito nos últimos trinta anos tendo a sua população quase que dobrado de tamanho nesse período. Porém, os números de leitos para internação é quase o mesmo. Os serviços de primeiro atendimento que são os postos de saúde se popularizaram e hoje são poucos os bairros que não tem uma Unidade de Básica de atendimento. Mas mesmo com essa expansão de infraestrutura, ainda temos o problema da falta de profissionais da área médica que não tem interesse no serviço devido ao baixo salário, considerado, por eles, haja vista que na rede privada eles recebem muito mais.
Outro fator que contribui para falta de leitos nas unidades de internações são os traumas causados por acidentes de trânsito que tem se tornado uma verdadeira epidemia e que, com isso, tem contribuído para as lotações em CTI’s e UTI’s. A falta da regionalização, a fragilidade no atendimento por falta de infraestrutura e a falta de profissionais da saúde no interior do nosso estado é outro problema, para as cidades interioranas e para a capital.
Mas o ponto principal é a aqui em Campo Grande, onde dá a entender que há uma verdadeira máfia da saúde onde algumas especialidades médicas ficam quase que exclusivamente ligadas a um pequeno grupo de profissionais que acabam monopolizando os atendimentos e o tratamento. Já ouvi, por exemplo, relatos de amigo médico que teve que sair do estado para poder trabalhar, pois aqui não havia mais “espaço” para ele atuar profissionalmente.
Portanto, no mínimo a Câmara Municipal está perdendo a oportunidade para contribuir para que a saúde de nossa cidade saia desse buraco em que entrou. Nossa cidade que já foi governada por médicos durante 16 anos parece que não se preocupou com esse assunto. A CPI que poderia ser criada (e ainda pode) serviria justamente para, no mínimo, explicar os motivos pelos quais temos uma saúde tão deficitária. O problema é quando há uma disputa de interesses pessoal e de família que envolve alguns gestores, ex-administradores e vereadores. O que se constata agora é que para a gestões passadas o que interessava era o quanto pior melhor. Só que o melhor aqui era para eles mesmos e para alguns outros que se beneficiavam com recurso público.

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