A poeira parece
que baixou! Depois da malfadada escolha do deputado Marco Feliciano para presidir
a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal e das repercussões
que isso deu, parece que a poeira está baixando e as coisas se normalizando. No
entanto, quem tem uma atuação efetiva na defesa e na promoção dos Direitos
Fundamentais da Pessoa Humana, não pode baixar a guarda. O que temos hoje de
conquista para TODA a população em termos de direitos, foi à custa e
sacrifícios de várias vidas. Inúmeros são os exemplos de pessoas que se
imolaram para que tantas outras tivessem a dignidade de se viver. Para não ir
muito longe, podemos citar o exemplo de Martin Luther King, Dom Oscar Romero,
Irmã Dorothy, Chico Mendes, Marçal de Souza e tantos outros que não mediram
esforços para a defesa da cidadania. Logo, a CDHM deve ser conduzida por
membros que tem ligação histórica com essa luta. É na Comissão que se dá toda
uma discussão sobre o tema e é lá que se canalizam várias denúncias de
violações cometidas muitas vezes pelos próprios órgãos governamentais ou por
sua omissão.
É claro que
devemos combater todo e qualquer tipo de excesso por parte de qualquer grupo
que seja, mesmo que cada um deles tenha seus direitos de exercer a liberdade de
expressão preconizada pela Constituição Brasileira em seu artigo 5º, quando diz
no seu parágrafo IX que: “é livre a
expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença”. No entanto essa mesma liberdade não
pode inferir sobre a liberdade de escolha de cada pessoa e, também isso é
garantido pela própria Carta Magna, no mesmo artigo, parágrafo X – “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e
a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação”, assim também como “é inviolável a liberdade
de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a
suas liturgias”, parágrafo VI.
Portanto,
deve-se sempre prevalecer o bom senso e a harmonia entre os povos independente
de suas escolhas ou trajetória de vida. O que não se pode é estimular, através
de discursos raivosos ou até mesmo odiosos, preconceitos em forma de defesa da
boa conduta e dos valores morais. Por conta disso já morreram várias pessoas e
a história não deve se repetir.
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