Rememoramos nesse último dia 18 de maio, o Dia Nacional de Combate à
Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A
escolha da data é uma lembrança a toda a sociedade brasileira sobre a menina
sequestrada em 18 de maio de 1973, Araceli Cabrera Sanches, então com oito
anos, quando foi drogada, espancada, estuprada e morta por membros de uma
tradicional família capixaba. Muita gente acompanhou o desenrolar do caso,
poucos, entretanto, foram capazes de denunciar o acontecido. O silêncio de
muitos acabaria por decretar a impunidade dos criminosos.
A pesquisa do referido Ministério aponta também que a maior parte das
agressões ocorreu na residência da criança (64,5%). Em relação ao meio
utilizado para agressão, a força corporal/espancamento foi o meio mais apontado
(22,2%), atingindo mais meninos (23%) do que meninas (21,6%). Em 45,6% dos
casos o provável autor da violência era do sexo masculino. Grande parte dos
agressores são pais e outros familiares, ou alguém do convívio muito próximo da
criança e do adolescente, como amigos e vizinhos. E talvez esteja aí o grande
desafio para se fazer a denúncia e consequentemente o cumprimento de uma
punição exemplar. Muitos responsáveis e até mesmo as vítimas deixam de fazer a
denúncia por conta do medo dos agressores, por conta da submissão ao sistema
patriarcal existente em muitas famílias e pela dependência financeira que a
família tem por parte do acusado.
Mesmo assim, cresce o número de denúncias desse tipo de crime. Algumas
matérias jornalísticas revelam um aumento nos números de abusos e por isso o
aumento nos registros. No entanto, existe também toda uma motivação por conta
dos avanços nas campanhas publicitarias e até mesmo a facilidade de acesso às
informações por parte das crianças e dos jovens, o que tem feito com que estes
mesmo acabam perdendo o medo e fazendo, consequentemente a primeira denúncia a
um dos seus próprios familiares ou até mesmo a um professor ou direção de sua
escola.
Por isso, tem de haver toda uma reestruturação dos conselhos tutelares,
assim como a total liberdade e até mesmo segurança para se trabalhar de forma
digna na proteção das crianças e dos adolescentes. É preciso também que haja
uma severa punição aos agressores e que seja considerado crimes hediondos e
sejam punidos exemplarmente sem deixando de lado um tratamento psicológico para
a recuperação do doente agressor.
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