Nessa
eleição, tal qual a de 1996, o sentimento que abarca a população é o sentimento
da mudança, da renovação. A população já está cansada de se ver diante de
escolher sempre os mesmos nomes ou os representantes dos mesmos grupos
políticos quando há disputas para os mais diversos cargos institucionais do
campo político.
Só para
lembrar, em 1996 havia um quadro muito semelhante ao de agora. O cenário era de
pulverização também.
Havia
dois candidatos, considerados os mais fortes, Nelson Trad (o Pai) e o
ex-prefeito Levy Dias, este considerado o líder em todas as pesquisas e famoso
por suas obras estruturais dos anos 70 e, além disso, Levy dias tinha como vice
o proeminente locutor e apresentador Maurício Picarelli.
No
mesmo Pleito, ainda concorriam dois ilustres “desconhecidos” deputados: André
Puccinelli (federal) e Zeca do PT (Estadual) que, com discurso moderno e que
representavam a renovação, acabaram chegando ao segundo turno, revelando que
era o momento da mudança e o momento de se ter novos atores políticos que
pudessem substituir dois velhos grupos que dominaram esse estado por mais de 40
anos: o grupo do governador do momento, Wilson Barbosa Martins, herdeiro
político de Vespasiano Martins, e o grupo do ex-governador Pedro Pedrossian,
herdeiro do ministro da guerra do presidente Getúlio Vargas, o cuiabano Felinto
Müller.
Passado
dezesseis anos, eis que estamos diante de um cenário semelhante. Só não é mais
semelhante por que um dos candidatos, Edson Giroto, que disputa o segundo turno
desse ano é representante orgânico de um grupo político que está no comando da
prefeitura de Campo Grande há mais de 20 anos. O outro candidato, Alcides
Bernal, líder nas pesquisas, é o que representa esse desejo da renovação por
parte da população que se cansou da polarização entre os velhos grupos.
Os
partidos e os políticos tem que tomar consciência de que vivemos numa
democracia que foi conquistada com a perda de muitas vidas em longos anos de
ditaduras no Brasil. A população já não quer ser conduzida politicamente e
economicamente por um ou dois grupos. De tempo em tempo é quase que necessário
haver uma renovação não só de nomes como também de ideias e de modelo de gestão
e esse é o momento. Não devemos mostrar nossa fragilidade diante de certos
políticos de apregoam o medo, a arrogância e a falta de humildade com o trato
da rés pública.
Não
percamos então o momento da mudança. Essa é a hora de dizer à classe política
da nossa cidade e do nosso estado que seus reinados tem fim e o fim está
marcado para o próximo domingo onde o povo vem demonstrando que mudará a atual
gestão. Infelizmente esse mesmo nível de consciência crítica de mudança ainda
não chegou ao momento da escolha para a Câmara Municipal. Foram reeleitos
velhos conhecidos, jovens membros de família tradicional e lideranças
comunitárias que sempre estiveram a serviço de velhos grupos políticos da nossa
capital. Nenhuma liderança social, da base dos movimentos e que tem um
histórico de lutas pela defesa e promoção da dignidade humana. Talvez o momento
seja o de se iniciar um movimento de formação para a renovação, na próximo
eleição municipal, também dos nossos edis.
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